[Sem Título]

Vejo um homem. Velho e cansado, abatido pela lonjura dos anos.
Seu rosto é impassível, mas os olhos denunciam.
O mesmo olhar de seu filho.
O homem, sentado sozinho, reflete, tendo como unica companhia uma garrafa de cerveja.

Olha pra trás e vê sua história,
seu trajeto na vida, derrotas e glórias.
Seus filhos não o conhecem mais.
Eles olham de longe, com admiração e medo.

Ele sempre foi o chefe da casa. Sem pensar duas vezes, deu tudo que tinha por eles.
Como um herói anonimo, fadado a dar sua vida sem reconhecimento.
Não que eles sejam ingratos. Apenas não sabem a quem agradecer.
Logo ele que estava sempre tão distante.

Não, ele não queria os louros. Pra ele, bastava a alegria no rosto daqueles que ama.
Mas agora, sozinho, tudo que ele quer é companhia. Mas não pede.
Procura se contentar com o que a vida lhe dá, sem reclamar, sem lamentar.
Uma garrafa e uma música, sem letra. Não há nada a ser dito.
Nada faria mais sentido.

Ele vê os anos que correram por ele, e estima quantos poucos lhe restaram.
A vida não é a mesma coisa que se imaginava na sua adolescência.
Agora ela é incerta, escura, breve.
Até quando verei este homem?

Comatose

Pois é, galera. Lancei esse Blog há algum tempo atrás, em uma fase em que eu andava mais (ou menos) inspirado, e depois de um certo tempo, abandonei-o.


Foram N motivos que me levaram a isso, mas o principal eu nem sei mesmo qual é. 
A verdade é que depois de tanto tempo, eu decidi tirar ele desse limbo produtivo intelectual, e voltar a postar.
Tenho sentido bastante o desejo de me expressar, coisa que tinha desaparecido de mim até então. 
Então pra esse post "re-inaugural" vou deixar somente um vídeo e a promessa de continuar escrevendo. 


Curte ai:

SKILLET - COMATOSE

Um Conto de 3 Cidades... pt. 1

Contam os antigos que, em algum lugar do passado, em terras ainda virgens e desconhecidas pela "civilização", existiram 3 tribos muito próximas, e que eram dependentes entre si.
A 1ª Tribo, era grande e desenvolvida, era uma nação forte, e cuidava das outras duas.
a 2ª, era de sábios anciões, não era tão grande, mas tinha forças para se sustentar sozinha, e assim, vivia no espírito de comunidade que ali existia.
A 3ª Tribo era a menor delas, ainda em processo de formação, mas mesmo assim contava com o apoio das outras duas, e possuía valorosos guerreiros.

Certo dia, porém, a ganância do homem branco os guiou até esse novo mundo, e a primeira tribo a fazer contato com os visitantes foi a maior de todas. Os colonizadores eram diferentes, viviam em outra realidade, e mostraram aos habitantes da grande tribo riquezas e tesouros que aqueles nativos jamais imaginariam. Em troca de trazer esse mundo totalmente desconhecido e maravilhoso para os habitantes de lá, os viajantes pediram que a maior tribo dominasse e escravizasse as menores, para lhe servirem na construção de colônias.

Os sábios da Tribo intermediária observaram a maldade nos planos dos recém-chegados, e avisaram aos seus habitantes que não se deixassem iludir pelos tesouros oferecidos, e assim fizeram, e permaneceram ilesos aos encantos malignos dos viajantes.
Assim também ensinaram aos guerreiros da menor Tribo, e estes, confiantes em seus velhos conhecidos, buscaram fazer o mesmo.

Porém os corações dos habitantes da maior Tribo já haviam se envenenado pela ganância do homem branco, esqueceram-se dos antigos laços de amizade que haviam existido e decidindo partir a corda do lado mais fraco, declararam guerra à menor Tribo, que apesar de possuir alguma resistência, jamais poderia suportar um ataque direto de sua nação-irmã. Vendo isso, os sábios da Tribo mediana buscaram manter as relações diplomáticas com ambos os lados, tentando ao mesmo tempo, abrir os olhos da Grande Tribo, e proteger a frágil Tribo menor.

Afinal, a guerra não era contra seus irmãos nativos, e sim contra os invasores que semeavam a discórdia, pensavam os sábios, e assim sendo, buscaram manter a paz o máximo possível... Até que um dia...

Um ato de traição, uma conspiração malévola dos impacientes colonizadores que cansaram-se da politicagem nativa e partiram para a diplomacia civilizada, chamada violência. Viram que jamais corromperiam a razão dos sábios ou o coração dos guerreiros, então planejaram o assassinato do filho do chefe da maior tribo, e culparam os guerreiros da menor. A guerra estourou. O exército da grande tribo, apoiado pelos colonizadores, marchou contra sua nação-irmã menor. O massacre foi garantido. Muitos grandes guerreiros se perderam naquele dia, sangue derramado por irmãos manchou aquelas terras antes sagradas, violentada pela ganância exterior... Essa foi a primeira de muitas batalhas.

Poema...

"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo

Eu acordei com medo e procurei no escuro

Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança

Do tempo que eu era criança

E o medo era motivo de choro

Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei

Nem reclamei abrigo

Do escuro eu via um infinito sem presente

Passado ou futuro

Senti um abraço forte, já não era medo

Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim

De repente a gente vê que perdeu

Ou está perdendo alguma coisa

Morna e ingênua

Que vai ficando no caminho

Que é escuro e frio mas também bonito

Porque é iluminado

Pela beleza do que aconteceu

Há minutos atrás"

 

Cazuza / Ney Matogrosso

Espelhos...

"O Inferno são os outros..." ouvi dizer. Discordo.

Essa afirmação é apenas um exemplo da tendência humana de negar verdades inconvenientes. E o que seria mais desagradável que admitir que somos e fazemos nosso próprio Inferno? Citando R. Russo, "Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação...". Cada um de nós é responsável por aquilo que carregamos, cada um com sua cruz, mas buscamos sempre jogar a culpa em outro. Outras pessoas, outros meios, outras vivências, outras realidades. As coisas não são assim. Cada um de nós possui um dom inalienável chamado "livre arbítrio". Muitas vezes ouvimos essa expressão sem refletirmos o que ela significa. Arbítrio é o mesmo que Julgamento. Então somos livres para julgar como acharmos melhor nossas ações, decisões, escolhas e o mais. Decidimos como e quando agir, e recebemos consequências por isso, boas ou más. Quando boas, orgulhosamente atribuímos a nós mesmos a conquista. Quando más, procuramos bodes expiatórios em tudo ao nosso redor, negando que somos também os principais agentes do que nos ocorre de ruim. Deus é frequentemente uma vítima nisso.

Infelizmente para o indivíduo perceber isso e começar a mudar, é preciso passar por um lento e doloroso processo que pode ser basicamente explicado como "se olhar no espelho". Encarar a si mesmo, buscar seus defeitos, é uma atividade penosa. Mas antes você os assumir que descobrir por outros meios. Ouvir de outra pessoa que você é um tapado, arrogante, egocêntrico, medíocre, lesado, maconheiro e tudo o mais, podem ter certeza, é bem pior que descobrir por conta própria.

Em certa altura das minhas sessões, eu tive vontade de mandar a psicóloga tomar onde as patas tomam, levantar do sofá e sair dali e não voltar mais, (a propósito, ela não é a responsável pelos títulos supracitados) simplesmente por ter me colocado diante do espelho, encarando minha face e vendo justamente o que eu buscava negar. Mas passado o choque inicial, finalmente pude observar erros simples, que antes passavam desapercebidos justamente por eu só ver em mim aquilo que eu queria ver. Essa habilidade adquirida com sofrimento, lágrimas e revolta, chamada auto-crítica, é a pedra fundamental para o crescimento como ser humano.

E você, já se olhou no espelho hoje?

Gatos...

É sempre uma experiência no mínimo interessante, conhecer pessoas novas, a gente nunca sabe o que vai encontrar. Mas certas vezes, topamos com indivíduos que não precisam necessariamente conhecer uma pessoa, pra saberem quem ela é. A habilidade que essas pessoas tem pra "ler" as outras, como livros, além de curiosa, chega a ser um pouco intimidadora. Tão verdade que, ao me encontrar nessa situação, acabei ficando sem palavras (mais do que de costume), e com um certo receio de ter me passado por idiota (o que é comum)...

Enfim, quem aqui tiver pelo menos um gato em casa, e já dedicou pelo menos um minuto de sua vida olhando nos seus olhos, sabe como é a sensação de encará-lo, tentar entendê-lo: Frustrante. O ar de superioridade e tédio no olhar de um gato, como se dissessem "Eu sei de algo que você não sabe", é igualmente intimidador às palavras dessas pessoas dotadas dessa percepção de mundo superior. Mas por algum motivo, eu adoro gatos. Talvez por eles serem desumanamente sinceros, sem a menor preocupação de esconder suas reais intenções e sentimentos. Você jamais se sente traído ou decepcionado por um gato, porque ele deixa muito claro que está com você apenas por conveniência, pelo teto nos dias de chuva e um prato de comida, mas não gosta de você. Além disso combinam muito bem com minha personalidade egocêntrica e arrogante, apesar de eu não ter o orgulho inflado de um felino. Mas voltando às pessoas, outra coisa intimidadora, pelo menos pra mim, é a inteligência. Não que eu me considere um boçal, mas também estou longe de ser um sábio, e muito me preocupa o fato de eu não conseguir alcançar o nível da conversa...

Mas apesar dos pesares, é e foi mesmo interessante conhecer alguém novo, mesmo com meus receios e minha inabilidade com as palavras, só espero que a pessoa em questão compreenda.

A propósito, esse é o meu gato, FlapJack:

Um Sábado Qualquer...

Pois é gente bonita, hoje é sábado, sabem o que isso signfica?

Que eu tenho mais o que fazer do que ficar escrevendo num blog.
Mas só pra atualizar, hoje eu fiz o teste pra oficina de teatro Benjamin Santos, me desejem sorte ;p

E pra não passar em branco, vou deixar uma recomendação, uma série de tirinhas chamada "Um Sábado Qualquer" , que você pode acompanhar no blog com o mesmo nome. Pra vocês, um gostinho:

Antes que venham falar alguma coisa, todos os créditos ao autor do blog, Carlos Ruas, caso queira dar uma conferida, acesse Um Sábado Qualquer...

E um ótimo final de semana a todos nós ;p